DIREITO!

Fiz tão bem o meu curso de Direito que, no dia em que me formei, processei a Faculdade, ganhei a causa e recuperei todas as mensalidades que havia pago. (Fred Allen)
Quem decide um caso sem ouvir a outra parte não pode ser considerado justo, ainda que decida com justiça. (Seneca)
Nada mais honroso do que mudar a justiça de sentença, quando lhe mudou a convicção. (Rui Barbosa)

EXERCÍCIOS



quarta-feira, 26 de maio de 2010

PROTUGUÊS 1

1 Um peixe, se tivesse consciência, provavelmente
não se daria conta de que vive permanentemente na água.
Nós raramente tomamos consciência de que vivemos imersos
4 em uma grande camada de oxigênio. Do mesmo modo, quase
nunca nos apercebemos que vivemos em contato direto com
os grupos e as instituições. Somente quando sofremos
7 alguma privação de oxigênio, quando nos afastamos ou
perdemos um grupo de referência, ou seja, quando o peixe é
retirado da água, é que sentimos o quanto estávamos
10 envolvidos por esse meio ambiente, que nos abraça de forma
tão gentil, tão cotidiana, e que o temos como um fato, pois
pouco nos importamos com ele. De maneira parecida ocorre
13 com os grupos. De tão habituados a viver em relação com
os demais, poucas vezes percebemos ou constatamos sua
importância ou sua influência em nossos comportamentos ou
16 em nossas decisões. A vida humana é grupal
.
Francisco José B. de Albuquerque e Kátia Elizabeth Puente-Palácios.
Grupos e equipes de trabalho nas organizações. In: Zanelli et al.
Psicologia, organizações e trabalho no Brasil, p. 357-8 (com adaptações).


Julgue os itens que se seguem, a respeito da organização das
idéias e estruturas lingüísticas do texto acima.
1 No desenvolvimento da argumentação, a referência a um
peixe tem a função de contrapor a consciência, presente no
comportamento social dos seres humanos, ao alheamento e
à inconsciência, características que opõem os atos dos
animais irracionais aos dos humanos.
2 Nas relações de coesão do texto, os referentes dos pronomes
“se” (R.2) e “o” (R.11) são, respectivamente, “Um peixe” (R.1)
e “esse meio ambiente” (R.10).
3 Nos segmentos “de que vive” (R.2) e “de que vivemos” (R.3),
o uso da preposição “de” é requerido pela regência do verbo
viver.
4 Como, no texto, a significação da forma verbal
“apercebemos” (R.5) é semelhante à do verbo perceber, sua
substituição por percebemos preservaria a coerência e a
correção gramatical do texto.
5 Em “De tão habituados” (R.13), a preposição “De” introduz
oração de valor causal que, entre outras estruturas,
corresponde a Porque estamos tão habituados ou a Por
estarmos tão habituados.
6 Preservam-se as relações de coerência entre os argumentos,
bem como sua correção gramatical, ao se explicitar um
conectivo — como, por exemplo, Apesar de — para a
última oração do texto, fazendo-se o devido ajuste na letra
inicial maiúscula dessa oração.


1 Rousseau defendia que o que, de fato, distingue os
animais do ser humano é algo que ele denominou
perfectibilidade. O nome é um neologismo um tanto
4 inusitado, mas seu significado é por ele esclarecido: a
perfectibilidade é a capacidade que o homem tem de
aperfeiçoar-se. Atualizando um pouco a distinção, poder7
se-ia dizer que é como se os animais viessem com um
software instalado, de fábrica, o qual os condiciona e limita
durante toda a existência. Já os humanos seriam, nesse
10 sentido, ilimitados, porque são seres que se aperfeiçoam,
desenvolvem cultura, fazem história. Enquanto um pombo
morreria de fome diante de um pedaço de carne, ou um
13 felino, frente a um punhado de grãos, pois são programados
por natureza a alimentar-se diversamente, o homem é um ser
que supera determinações naturais. Não sendo condicionado
16 por natureza, o homem é capaz de vivenciar novas
experiências, de inventar artefatos que lhe possibilitem, por
exemplo, voar ou explorar o mundo subaquático, quando não
19 foi dotado por natureza para voar e permanecer sob a água.
Diante disso, Rousseau defende que o homem é o único
animal a possuir liberdade, porque ele pode fazer escolhas
22 que vão contra seus instintos ou determinações naturais.

Lília Pinheiro. Homem, o ser tecnológico. In: Filosofia,
Ciência&Vida. Ano III, n.º 27, p. 27-8 (com adaptações).


Julgue os seguintes itens quanto às ideias e às estruturas
lingüísticas do texto acima apresentado.


7 Conclui-se, a partir da argumentação do texto, que a
liberdade decorre da capacidade de aperfeiçoamento do
homem, ou seja, da sua perfectibilidade.
8 Para se evitar a repetição do pronome “que” (R.1), o
desenvolvimento da textualidade admite a retirada da
primeira ocorrência, mas não da segunda, com a vantagem
de o texto se tornar menos informal.
9 Apesar de o sinal de dois-pontos após o vocábulo
“esclarecido” (R.4) introduzir uma explicação, sua
substituição por ponto, com os devidos ajustes na inicial
maiúscula no artigo “a” em “a perfectibilidade” (R.4-5),
preservaria a coerência e a correção gramatical do texto.
10 A substituição de “poder-se-ia dizer” (R.6-7) pela forma
menos formal poderia se dizer preservaria a correção
gramatical do texto, desde que fosse respeitada a
obrigatoriedade de não se usar hífen, para se reconhecer que
o pronome se está antes do verbo dizer, e não depois do
verbo poderia.
11 O uso de “Já” (R.9), que inicia um período, tem a função
argumentativa de ressaltar a ideia de os seres humanos serem
ilimitados a partir do início de sua criação.
12 No desenvolvimento das relações de coesão do texto, o
pronome “lhe” (R.17) retoma “homem” (R.16) e, por isso, sua
substituição pelo pronome o preservaria a coerência e a
correção gramatical do texto.

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